quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Criciúma na rota dos criminosos

Clima de tensão invade Criciúma durante a madrugada
Onda de atentados chegou ao Sul de Santa Catarina na noite de terça-feira
Danilo Duarte
Antes que a meia-noite chegasse, bares e restaurantes de Criciúma que ainda atendiam clientes, começaram a fechar as portas na noite desta terça-feira. A notícia de que três ônibus se tornaram alvo de ataques criminosos e dois deles foram incendiados correu rápido pela cidade do Sul de SC e deixou a noite com um pesado clima de tensão e insegurança. Houve trocas de tiros em áreas mais afastadas do Centro, que, por coincidência, ficou às escuras por defeito em parte da rede de iluminação pública. Em nenhum caso houve registro de feridos graves ou presos.
Durante toda a madrugada, policiais civis e militares permaneceram em rondas ostensivas pela cidade, sempre com armas em punho. Quem circulava, de pé, moto ou carro, era parado, revistado e tinha seus dados checados no sistema de informações de segurança.
Nas ruas, as pessoas olhavam umas às outras de soslaio, com medo de que alguém pudesse sacar uma arma, iniciar uma confusão incendiária ou ainda aproveitar a situação para promover assaltos. A chuva, persistente desde as 17h, a exemplo do dia anterior, ajudava a conferir um clima denso às ruas, avenidas e principalmente às pequenas vias de Criciúma.
Por volta de 21h, dois rapazes em uma moto disparam tiros contra o presídio Santa Augusta. Ninguém foi atingido, mas há marcas na guarita e na entrada principal do prédio. Os homens fugiram antes que houvesse perseguição policial. Após o atentado, seguranças do Departamento de Administração Prisional (Deap) e PMs permaneceram fazendo a guarda do local.
Em outro ponto da cidade, a tensão começava com os estampidos de projéteis sendo deflagrados, motores roncando e manobras de veículos em fuga. Em função do tiroteio intenso que houve logo após a interceptação dos policiais. O primeiro ônibus foi incendiado por volta das 22h, na rua Silvino Rovaris, no bairro Paraíso. As chamas consumiram o veículo inteiro e restou apenas partes dos pneus do veículo, que foi guinchado à garagem ainda durante a madrugada.
De acordo com policiais que participaram da ação, militares à paisana chegaram ao local em que estava sendo ateado fogo no primeiro ônibus. Os criminosos começaram a atirar contra os policiais e depois fugiram. Durante a perseguição houve intensa troca de tiros por aproximadamente 30 minutos.
Depois disso, qualquer aproximação de pessoas se tornava um momento de tensão. Escopetas à mão, militares e civis percorreram toda a cidade, mesmo sob a chuva forte que começou a cair no fim da tarde de ontem.
Cerca de uma hora e meia depois, um segundo veículo foi incendiado no Nova Esperança. Dois homens teriam sido vistos fugindo em uma moto pelos policiais e por populares. O terceiro incidente envolveria uma mulher, que arremessou pedras contra as vidraças do veículo.
Apesar dos boatos de que teria sido decretado o toque de recolher na cidade, o tenente-coronel Márcio Cabral, comandante do 9o. Batalhão da PM, afirmou que essa ordem não foi dada. O transporte de ônibus circular foi suspenso durante a madrugada.
Situação preocupa delegações esportivas que vão atuar no Campeonato Estadual de Amadores neste final e final de semana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário